A
expressão “ciência econômica” é comumente desconhecida pela maior parte da
população. Muito mais que isso, é extremamente normal ouvir de alguém que acha
que ciência econômica é o correlativo de educação financeira ou algo do gênero.
Se você também pensava isso, não se preocupe! Este artigo tem por objetivo
trazer uma visão melhor do termo, além de uma breve introdução sobre uma escola
de pensamento.
Primeiramente,
é de extrema importância que todo cidadão tivesse uma noção de ciências
econômicas ou economia, pois esse conhecimento, mesmo que básico e superficial,
impediria que pessoas fossem ludibriadas nas suas atividades da vida pelas
forças da economia que poucas pessoas percebem.
O
termo economia vem do latim “OECONOMIA” que pode ser traduzido como
“administração do lar”.
Paradigma Neoclássico
Para
se entender a ciência econômica, é preciso estudar sob perspectivas, pois
existem divergências nos métodos, nas formas e também nas soluções dadas. A
primeira perspectiva dada é o chamado paradigma neoclássico, basicamente é o mainstream econômico no Brasil e no
mundo.
O
foco de estudos da ciência econômica sob a perspectiva neoclássica se dá na análise
da produção, distribuição e consumo dos bens e serviços. Baseando essas análises
no que pode ser chamado de teoria da decisão, onde o ser humano seria o “homo
oeconomicus”, um ser que apenas reage aos estímulos, subtraindo do ser humano
toda a vontade, desejo, moral e todos os outros fatores que influenciam na
decisão humana.
Sob
essa perspectiva, ela é uma ciência positivista, baseada no empirismo. Em uma
tentativa de tratar a ciência econômica como se fosse uma ciência natural, onde
se isola as variáveis em um laboratório e testa uma hipótese, os neoclássicos
tratam a ciência econômica de forma normativa, ou seja, é colocado um juízo de
valor sobre as atitudes e ações tomadas.
Com
relação ao formalismo, os neoclássicos usam a matemática, uma linguagem
simbólica, para analisar os fenômenos atemporais e que são constantes.
Utilizam-se desses dados numa procura deliberada de previsão de fenômenos
futuros.
Paradigma Austríaco
Do
ponto de vista da Escola Austríaca de Economia, o foco das ciências econômicas
é a ação e a escolha do indivíduo, usando teoria da ação humana, onde todos os
fenômenos são processos dinâmicos, reproduzindo de fato a realidade. Além
disso, o agente econômico dessa perspectiva, é o empreendedor criativo, que não
age como um autômato, mas busca soluções para seus problemas baseando nas suas
concepções de mundo diversas.
Os
austríacos se baseiam na ciência lógico-dedutiva, apriorística, utilizando de
axiomas para explicar a realidade. Eles também enxergam que a ciência econômica
é uma ciência social, sendo assim impossível sintetizar a realidade em um
laboratório. Sua principal base é o subjetivismo e o individualismo
metodológico, onde o indivíduo é o formador do processo de conhecimento. Além
disso, a ciência econômica sob a perspectiva dos austríacos traz uma ciência
descritiva, sem juízo de valor, com intenção apenas de descrever os fenômenos
econômicos em que o ser humano está inserido.
Quanto
ao formalismo, é comum os austríacos usarem a comunicação lógico-verbal, pois
permite que sejam considerados o tempo e a criatividade humana como fatores
subjetivos em cada processo econômico. Porém, essa reprodução da realidade de
forma mais verdadeira, faz com que os austríacos vejam como impossível uma
previsão do futuro porque, para isso, o economista dependeria de um conceito
empresarial que ainda não foi criado. Possibilitando, apenas, previsões de tipo
qualitativo e teórico sobre as consequências de um intervencionismo
descontrolado.
Conclusão
Definitivamente
a ciência econômica não é apenas algo que trata de dinheiro, mas de diversos
fenômenos em que todos os seres humanos participam, seja consciente ou
inconscientemente. Ela busca entender como todos estes fenômenos ocorrem.
Contudo, existem divergências nos métodos utilizados, o que ocasiona em uma diferente percepção individual do mundo econômico.
Como
um estudante de economia austríaca, tendo a dizer que as percepções austríacas
reproduzem mais corretamente a realidade, não buscando generalizá-la, mas
apenas descrever como o homem age diante das diferentes conjunturas a que está
inserido. Além de não buscar trazer métodos das ciências naturais para a
tratativa de pessoas, que constantemente mudam, evoluem, decidem. Você consegue
prever o que estará fazendo daqui a cinco anos? Agora, imagine prever as decisões de todo um conjunto de
indivíduos.
Contudo, deixo ao leitor o incentivo para buscar
mais informações sobre o referido assunto e, enfim, tirar suas próprias
conclusões, baseadas no que leu e em suas experiências prévias. Para facilitar
a comparação, segue abaixo uma tabela simplificada com as principais diferenças
entre os paradigmas austríacos e neoclássicos.
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